quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Independência

Neste 7 de setembro, milhares de pessoas se reuniram para protestar contra a corrupção. E é decepcionante que tenham sido milhares e não milhões. Por outro lado, mostra que ainda tem gente com capacidade de se indignar. O que é, na maior parte dos casos, tudo de que precisamos para que algo seja feito a respeito. Foram de preto. E é por isso que o blog se tinge de preto, também. Em solidariedade ao protesto e a quem acredita que ainda falta muito para usarmos verde e amarelo em um 7 de setembro. Hoje, o Brasil espera luto, não comemoração.

No protesto, apesar dos pedidos e da importância de caracterizar o movimento como apolítico, sempre aparece algum imbecil querendo politizar a coisa. Com a camiseta e as faixas deste ou daquele partido. Como aconteceu com o movimento dos caras-pintadas, do qual eu tentei participar, mas desisti, depois que diversas legendas políticas tentaram se apropriar da coisa. Partidos, criem vergonha na cara: há coisas que emanam do povo, e ao povo devem pertencer. Não maculem uma iniciativa legítima, natural, com suas pretensões nojentas de poder.

No final das contas, é por isso que todos os partidos decepcionam aqueles que acreditam em suas propostas. Porque, no frigir dos ovos, todo o discurso de lisura, de moralidade, de empenho pelo povo, se converte nas vitórias, na obtenção do poder, em ter de meter a mão na merda, como um famoso ator caiu na besteira de dizer. Melhor seria ter alguém disposto a fazer uma faxina em vez de "meter a mão na merda". Joga um balde nela, meu amigo. Varre, limpa, higieniza! É isso que queremos. É disso que precisamos.

Que este movimento seja inicial, mas permanente. Que os organizadores consigam mantê-lo limpo, livre de partidarismos. Por um bem maior. Por independência real e verdadeira. Já mostramos que não ligamos para times, para ideologias, para discurso vazio. Queremos um país melhor. Justo. Fraterno. De oportunidades. Moral. Incorruptível. Independente de tudo o que nos acorrenta a muito menos do que podemos ser. Porque, antes de mais nada, somos brasileiros, algo que também só nos separa do restante da humanidade, mas que, de momento, pode e deveria nos ajudar a ser melhores do que somos.

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