domingo, 16 de outubro de 2011

Lixo

Dia desses, voltando para casa, vi um cara no carro à frente do meu, um Fiat Palio preto (devia ter pegado a placa), abrir o vidro e jogar uma latinha de cerveja quase cheia no meio da avenida. Como se fosse um papel de bala, ou as cascas de mexerica que os motoristas de caminhão jogam na Marginal, Pinheiros ou Tietê. A verdade é que, com essa chuva toda, a lata, o papel e as cascas vão todos parar nos rios de São Paulo. Ou da cidade em que você estiver.

O povo que joga lixo nas ruas é o mesmo que protesta por melhores condições de vida. Que quer ganhar um salário melhor fazendo um trabalho de merda. Que entope os bueiros e não quer mais ver suas casas invadidas por água. Ou seus carros presos no meio de uma enchente qualquer. Que não quer morrer no deslizamento de terra depois de desmatar a encosta. Que quer se endividar sem ter como pagar a dívida.

O que essa turma parece não conhecer é a simplicidade de causa e efeito. A toda ação corresponde uma reação, de mesma força, em sentido contrário. Em suma, é a velha máxima de que o que a gente faz se volta a nosso favor ou contra nós. No final, não existem vítimas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário