quinta-feira, 21 de abril de 2011

Consumo

Como jornalista, já me cansei de alertar os leitores a respeito dos preços abusivos praticados por automóveis no país. E não me venham com aquele papo de que o real valorizado impede uma comparação correta. Esse é o real que temos já há alguns anos. Nem que a culpa é dos impostos. Também é, mas não de modo exclusivo, como querem que acreditemos. Nem dos lucros altíssimos que eles geram. Isso também conta, mas o que é pior, nisso tudo, é nossa síndrome de vira-lata, nossa incapacidade de exigir, nossa cultura de "por favor". Educação é sempre boa, mas não quando ela nasce daquela impressão de que tudo e todos estão nos fazendo um favor.

Como isso pode mudar? Mudará quando percebermos que nosso dinheiro custa muito esforço para ganhar e que não é qualquer coisa que merece que o tiremos do bolso (ou do banco). Entre diversos produtos de características próximas, por que ficar com o mais caro? Só porque é mais bonito? Por que não valorizar o que é mais novo, mais moderno e mais barato? Essa é a arma do consumidor em busca de preços mais baixos.

Com um mercado do tamanho do brasileiro, cabe aos brasileiros exigir automóveis, roupas e outros produtos mais baratos. Basta não comprar, ou comprar usado. Congelar a decisão de compra e investir o dinheiro que seria usado em um financiamento em uma poupança. Com a necessidade de vender, duvido que os fabricantes não se esforçassem em oferecer preços menores. Em pressionar o governo a realizar a reforma tributária, a colocar nas ruas a proposta de renovação de frota, a modernizar e melhorar as estradas e ruas que somos obrigados a aturar. Em suma, a fazer alguma coisa. Nosso grande mal é a inércia.

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